Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago:

a estética do enfrentamento

Autores

  • Vera Lopes da Silva Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Urgência, Enfrentamento, Estátua-aparência, Pedra-essência.

Resumo

Este estudo propõe-se a demonstrar como a obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, promove o desnudamento do real, de modo a, além de se inscrever na urgência do agora, ultrapassar o tempo e se fazer inscrição em todas as urgências. O modo de fazer isso é o do enfrentamento, constituindo-se de uma negação a disfarces, fugas, eufemismos, como o seriam, por exemplo, cenários utópicos ou distópicos. Trata-se de uma encenação do enfrentamento a um real terrificante. A obra se apresenta numa arquitetura orientada pelo método marxista de compreensão da sociedade, partindo da aparência, chegando à essência e retornando à primeira, porém sob um novo olhar, tomado de clarividência. Saramago descreve metaforicamente esse movimento, tornado estético em sua escrita, denominando-o “da estátua à pedra”. Para nortear nossas reflexões, usufruiremos das reflexões de: Leyla Perrone-Moisés, sobre a criação do texto literário; de Karl Marx, no que tange a seu método de pesquisa sobre a sociedade capitalista; de Carlos Eduardo Ornelas Berriel e Julio Bentivoglio, no que se refere aos conceitos de utopia e distopia; e de Walter Benjamin, sobre história e tempo.

Biografia do Autor

Vera Lopes da Silva, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), especialização em Produção
de Texto pela Pontifícia Universidade de Minas Gerais, mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (1994) e doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2017). Tem
experiência na área de Letras, com ênfase em Produção de texto e Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria da literatura, literatura brasileira e portuguesa, literatura comparada, leitura e escrita/habilidades e competências. Atualmente é professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atuando na graduação e na pós-graduação. Também coordena o grupo de pesquisa Saramago, leitor de Marx.

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Publicado

2024-11-12