Variações linguísticas e estigmatização da fala:
algumas considerações para o professor de Língua Materna
Abstract
Nossa intenção neste artigo é oferecer ao leitor uma visão panorâmica da abordagem dos estudos da língua sob duas perspectivas – a escrita e a fala – e as consequências da supremacia da primeira sobre a segunda na realidade do professor de língua materna, sobretudo no ensino Fundamental, quando a variedade trazida pelo aluno pode expô-lo ao preconceito linguístico. Abordamos a questão das variações e o preconceito linguísticos apresentando um breve histórico da evolução dos estudos da língua, partindo da gramática prescritiva da antiguidade clássica, passando pelo surgimento dos estudos linguísticos no fim do século XIX e suas contribuições e chegando ao aparecimento da Sociolinguística na década de 1960. Concluímos com algumas considerações sobre o estado da questão variações / preconceito e uma reflexão sobre o papel do professor de língua portuguesa, em seu dilema de como trabalhar norma culta e variação linguística em sala de aula.