A educação das crianças na sociedade imagética
Abstract
A sociedade pós-moderna vibrou com desenvolvimento do cinema mudo, falado e posteriormente colorido. Agora, com a TV Digital atinge o auge da era imagética. Esta tem criado uma nova cultura e inaugurado um complexo modo de viver e de interagir com a cotidianidade das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Paralelamente a esta grande e valiosa conquista tecnológica digital está outro fato inegável. Em nossos dias a TV tem demonstrado também, o seu maior potencial de barbarizar e de reificador da violência através da sua violenta programação. Como consequência, ela premea-nos a fragmentação e fragilidade do tecido social criando o mundo do opressor e do oprimido na linguagem de Paulo Freire. A partir do dito de Freire podemos concluir que a opressão acontece quando se absorve o medo da liberdade, causada pela consciência opressora e que dá vez à violência. Mas como desfazer-se dela na sociedade da “Tela global” no dizer de Gilles Deleuze? Também pelo recurso à violência ou é possível vislumbrar-se alguma alternativa? Este artigo, a partir da fundamentação teórica e bibliográfica das obras de Adorno, Freire, Alba Rico, Turkle e Pascual pretende debruçar-se sobre estas perguntas e na medida do possível dar um contributo quanto ao assunto em questão. O presente artigo pretende reler a situação da sociedade atual e inserir a linguagem televisiva no fazer pedagógico. Propiciar à escola a valorização de seus saberes e promover uma gestão educacional participativa e democrática. Pretende conscientizar a sociedade através da pedagogia crítica para que se possa refletir sobre as crises sociais causadas pela TV e que geram a violência, criminalidade e pobreza. Parafraseando Paulo, o processo de ensino e aprendizagem sob o ponto de vista libertador entende a educação como o processo de conscientização e proposição de alternativas às práticas de exclusão social que é a causa da violência social. Ela é um ato de desbarbarização da sociedade, ato político. Concluindo, acreditamos ser possível a construção de um mundo mais humano e solidário. E para tanto, a formação de professores constitui os pilares de sustentação da utopia de que é possível a educação humanizada, humanizadora e libertadora das crianças na sociedade da tela global.