Eu como Nós:
a intersubjetividade antropofágica entre Vilém Flusser e Oswald de Andrade
Resumo
A noção de intersubjetividade perpassa o pensamento de Vilém Flusser, de maneira que é possível afirmar que se trata do grande horizonte ético de sua obra. O presente ensaio, amparado metodologicamente pela pesquisa bibliográfica, visa discutir a noção de indivíduo, um ser essencialmente e existencialmente comunicante, dentro desse contexto. Para tanto, percorre a genealogia da intersubjetividade flusseriana, sobretudo no caminho norteado por Martin Buber, assim como a influência que este recebeu de Jacob Moreno. Paralelamente, evidencia as relações do pensamento de Flusser com a antropofagia de Oswald de Andrade. A partir do pensamento oswaldiano, comparecem Sigmund Freud e Lucien Lévy-Bruhl como referências pertinentes. Dessa genealogia, um percurso lúdico e antropofágico dos próprios pesquisadores, emerge a noção de um sujeito em devir, capaz de olhar com olhos livres para o abjeto, a ponto de enxergá-lo como projeto.