O movimento de mulheres camponesas na serra catarinense:

um espaço educativo e de emancipação feminina

Autores

  • Irdes Lucia Guadagnin Universidade do Planalto Catarinense
  • Mareli Eliane Graupe Universidade do Planalto Catarinense
  • Neiva Furlin Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Este artigo objetiva refletir sobre os impactos do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a sua contribuição no processo de formação e de emancipação das mulheres camponeses do meio rural da região serrana de Santa Catarina. O Movimento de Mulheres Camponesas é identificado por suas integrantes como uma organização social de resistência e reexistência ao modo de produção capitalista. O Movimento é protagonizado por mulheres do campo em luta por formação, em defesa da equidade de gênero e dos direitos da cidadania. As principais referências teóricas usadas na análise são: Margarete Rago (1995), Joan Scott (1995), Heleieth Saffioti (2015), Catiane Cinelli e Marlene Ribeiro (2016), Carla Bassanezi Pinsky (1998) e Conceição Paludo (2009). É uma pesquisa de abordagem qualitativa, para a qual foram entrevistadas cinco mulheres no ano de 2020 por meio da técnica de entrevista focalizada (FLICK, 2009). As entrevistas foram transcritas e analisadas de acordo com o método de análise de conteúdo qualitativo de Mayring (2009). Foram elencadas três categorias principais: a) as relações de gênero na educação familiar e escolar: a influência da cultura do patriarcado; b) MMC como espaço educativo e de emancipação feminina. Os dados da pesquisa indicaram que os processos educativos no contexto familiar aconteceram bem diferenciados para as mulheres camponesas em relação aos homens camponeses da Região Serrana de um Estado do Sul do Brasil e que o movimento social foi um espaço primordial de formação e emancipação feminina para as mulheres camponesas. Diante disso, a resistência, a insurgência e a retomada de formação militante camponesa se faz necessária para dar continuidade ao enfrentamento do sistema capitalista hegemônico, do patriarcado e do machismo que se articulam e fortalecem mutuamente. 

Biografia do Autor

Irdes Lucia Guadagnin , Universidade do Planalto Catarinense

Graduação em Filosofia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (2004) e
mestrado em Educação pela Universidade do Planalto Catarinense (2021). Tem experiência na área de
Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: mulheres camponesas e
movimento de mulheres camponesas. 

Mareli Eliane Graupe , Universidade do Planalto Catarinense

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (20h) e do Programa de Pós-Graduação em
Ambiente e Saúde (20h) na Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC/SC). Coordena o grupo de
pesquisa Gênero, Educação e Cidadania na América Latina (GECAL/UNIPLAC). Licenciada em Pedagogia
(2001) e mestra em Educação nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ (2004), doutora em Educação e Cultura pela Universidade de Osnabrueck, Alemanha (2010), revalidação UFSM (2010). Pós-doutora pelo Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, UFSC (2011) e pós-doutora pelo Programa de Antropologia Social, UFSC (2012). Email: 

Neiva Furlin , Universidade do Oeste de Santa Catarina

Pós-doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM); doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com doutorado sanduíche na Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM); graduada em Ciências Sociais pela UFPR. Atualmente é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (NUPE) e líder do Grupo de Pesquisa Educação, Políticas Públicas e Cidadania (GEPPeC). 

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Publicado

2025-02-27

Edição

Seção

Artigos