Descida aos subterrâneos:

"Memórias do subsolo", de F. Dostoievski, à luz de "O mal-estar na civilização", de S. Freud

Autores

  • Thalliane Weber Pereira UNIFATEA
  • Élcio Luís Roefero UNIFATEA

Resumo

O “homem do subsolo”, como o chamou Bakhtin se porta com desprezo ao moralismo e ao pensamento racionalista e positivista de seu tempo, utilizando como um dos recursos o cinismo de um verdadeiro Dândi. Trata-se de um ser excêntrico, misantropo que fala sobre o “cavalheiro pouco nobre” e a “sensatez”, revelando um mal-estar na civilização e refugiando-se no seu subsolo, que segundo Pinto (2000) é visto como “lugar retórico dos labirintos interiores” . A novela é dividida em duas partes, a primeira intitulada O subsolo e a segunda A propósito da neve molhada. Na primeira parte o narrador fala de seu estado atual no subsolo, de seu comportamento grosseiro e hostil, suas opiniões ignominiosas, de seus anos na repartição pública, de assuntos irrelevantes e questões irresolúveis, numa sutil crítica ao sistema da civilização. No segundo, ele relembra momentos com os colegas da escola, rememora momentos com uma prostituta chamada Liza, com a qual se comporta de maneira sórdida, sempre com a mesma sutileza crítica. Várias linhas de análises de suas obras foram feitas por importantes expoentes da psicanálise, da filosofia ou mesmo da linguística. Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche e Bakhtin são alguns deles. Neste trabalho, optou-se por seguir a linha baseada no ensaio O mal-estar na civilização do psicanalista Sigmund Freud, uma vez que podemos observar aparente interesse de sua parte por Dostoiévski, como assinala seu outro ensaio Dostoiévski e o Parricídio.

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Publicado

2023-09-14

Edição

Seção

Artigos